No Piauí, vereadores são investigados por receber doações de mortos e desempregados
Promotor de Justiça Francisco de Jesus, da 2ª Zona Eleitoral, solicitou
que a Polícia Federal investigasse os indícios de irregularidades encontrados.
Câmara Municipal de Teresina (Foto: Catarina Costa/G1 PI)
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Cerca de 15 vereadores e candidatos a vereador de Teresina e Nazária são investigados pela Polícia Federal sob indícios de fraude nas prestações de contas. A solicitação foi encaminhada pelo promotor de Justiça Francisco de Jesus, da 2ª Zona Eleitoral, após constatar que entre os doadores de campanha eleitoral do ano passado estavam pessoas já falecidas, beneficiários do Programa Bolsa Família e desempregados.
Outras irregularidades encontradas nas declarações apresentadas pelos vereados foram: doação de bens e serviços acima do valor de R$ 80 mil, permitido por lei, não abertura de contas bancárias para transferências e prestação de serviços sem pagamento, como veículos cedidos para campanha por doadores sem condições financeiras.
"Em dezembro do ano passado comecei a analisar as contas e ao cruzar os dados do CPF dos doadores das campanhas eleitorais cheguei a tese de fraude e em fevereiro encaminhei a suspeita à Polícia Federal. São irregularidades que configuram como indícios penais e administrativos, por isso investigação do caso", contou o promotor.
Mesmo sem o resultado da investigação da Polícia Federal, Francisco de Jesus emitiu parecer de rejeição para prestações de contas de vereadores, outras foram aprovadas com ressalvas e algumas aprovadas. Todos os pareces foram analisados pelos juízes, que na maioria acolheram a decisão do promotor e a parte reprovada deve recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
"A Polícia Federal ficou de concluir as investigações em 90 dias, ou seja, até final de abril. De acordo com a situação dos investigados serão adotadas medidas e se for comprovado o caso abuso de poder econômico podemos pedir a cassação de diploma e perda do mandato se o mesmo tiver sido eleito", explicou.
O G1 entrou em contato com a assessoria da Polícia Federal, mas não obteve retorno sobre o andamento da investigação. (Por Catarina Costa, G1 PI)
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