Talebã publica biografia de líder supremo
O Talebã afegão
publicou uma biografia surpresa do mulá Mohammed Omar para marcar o 19º ano
dele como líder surpremo, abordando fatos controversos sobre seu nascimento e
criação.
A biografia, de 5 mil
palavras e publicada no site principal do grupo, diz que o mulá, cujo paradeiro
é desconhecido, "segue em contato" com assuntos do cotidiano do
Afeganistão e do mundo.
Não está claro por
que o Talebã escolheu esta data para publicar a biografia, mas alguns analistas
dizem que deve ser uma tentativa de conter a influência crescente do grupo
autodenominado Estado Islâmico no Afeganistão.
Segundo o texto, o
líder nasceu em 1960 no vilarejo de Chah-i-Himmat, no distrito de Khakrez, na
província de Kandahar, no sul do país.
A biografia se refere
a ele como Mulá Mohammad Umar "Mujahid" e diz que é do clã Tomzi da
tribo Hotak. Diz que seu pai era Moulavi Ghulam Nabi, uma "respeitada
figura erudita e social" que morreu cinco anos após seu nascimento. A
família se mudou para a província de Uruzgan.
Segundo o texto, mulá
Omar abandonou seus estudos após as forças soviéticas invadirem o Afeganistão e
se tornou um jihadista. Ele enumera seus feitos militares na luta contra os
russos, entre 1983 e 1991, dizendo que foi ferido quatro vezes e perdeu seu
olho direito.
'Personalidade
carismática'
Numa seção sobre a
sua "personalidade carismática", a biografia diz que ele é tranquilo
e não perde o temperamento ou a coragem. Diz que ele leva uma vida simples, é
afável com um senso de humor "especial" e não se considera superior a
seus colegas.
Diz ainda que ele não
tem casa nem conta bancária no exterior.
Em uma seção
intitulada "Suas atividades diárias nas atuais circunstâncias", a
biografia diz: "Nas atuais condições cruciais e regularmente sendo
monitorado pelo inimigo, nenhuma grande mudança e ruptura foi observada nos
trabalhos de rotina [do mulá Omar]" .
Diz que ele
"segue e fiscaliza profundamente as atividades jihadistas contra os
brutais invasores estrangeiros infiéis", acrescentando: "Ele
permanece em contato com os acontecimentos do cotidiano do seu país bem como o
mundo exterior"
Alguns analistas
acreditam que o mulá Omar possa estar operando na região da fronteira com o
Paquistão.
O departamento de
Estado americano oferece uma recompensa de US$ 10 milhões pelo líder, que não é
visto desde a invasão liderada pelos EUA ao Afeganistão em 2001. (BBC)
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