Relatório mostra dez iniciativas para lidar com a questão das drogas
O
documento foi preparado pelo Instituto Igarapé, organização não governamental
Um relatório
divulgado na última terça-feira (31) lista iniciativas para as políticas de drogas no Brasil. O
documento foi preparado pelo Instituto Igarapé, organização não governamental
voltada para as agendas de segurança e desenvolvimento, proposto para esse
segmento nas eleições de 2014.
Segundo a
pesquisadora Ana Paula Pellegrino, o relatório mostra que, apesar da política
nacional ainda ser prioritariamente voltada ao combate às drogas, há
iniciativas que buscam outra resposta para lidar com os usuários de drogas nas
áreas de saúde, prevenção e redução de danos. Há experiências que buscam
ampliar o debate sobre uma mudança nas políticas sobre drogas no Brasil.
Entre as dez
iniciativas citadas no relatório, três são de políticas governamentais (estado
de Pernambuco e cidades de São Paulo e São Bernardo do Campo), duas são de
instituições acadêmicas (Universidade Federal da Bahia e Fundação Oswaldo Cruz)
e cinco são de organizações não governamentais.
“Há uma série de
provas de que o combate [às drogas] não funciona. Então se desenvolveram várias
práticas que têm uma vontade de escutar essas pessoas que eles estão atendendo
[os usuários de drogas], para realmente trabalhar junto dessa pessoa e, se ela
tiver um uso problemático de drogas, ajudá-la a se recuperar e a ganhar de
volta sua cidadania”, disse Ana Paula.
Uma das iniciativas
listadas é o Programa de Braços Abertos, da prefeitura de São Paulo, que
oferece moradia, tratamento, assistência social e qualificação de usuários de
crack da maior cidade do país.
“Os usuários relatam
que se sentirem cidadãos não tem preço. E esse resgate da cidadania, de dar ao
indivíduo o poder de comprar um material de limpeza, uma roupa, dá dignidade.
Você faz com que ele perceba que há outras possibilidades e que não é só o uso
de substâncias que faz sentido”, disse a assessora de políticas de drogas da
Secretaria Municipal de Direitos Humanos de São Paulo, Maria Angélica Comis.
A organização não
governamental (ONG) paulista É de Lei teve listados no relatório dois projetos.
Um deles, chamado Respire busca informar usuários de drogas em festas de
músicas eletrônicas sobre as substâncias que estão sendo consumidas e sobre
misturas que devem ser evitadas. O outro é um centro de convivência para
usuários de crack.
“A redução dos danos
não foca na redução do uso necessariamente, mas na melhora da qualidade de
vida. Ao melhorar a qualidade de vida dos usuários de crack, a gente
consequentemente melhora a qualidade de vida da comunidade onde ele circula, da
família a que ele pertence. E podemos torná-lo de novo uma pessoa produtiva na
sociedade”, disse o coordenador da ONG, Bruno Gomes. (Agencia Brasil)
Nenhum comentário: