Cidades com mais de 200 mil eleitores podem ter eleição majoritária
Hoje, os vereadores
são eleitos pelo sistema proporcional, ou seja, os votos computados são os de
cada partido ou coligação e, em uma segunda etapa, os de cada candidato. Já no
sistema majoritário, quem obtiver mais votos sagra-se vencedor. A Câmara dos
Deputados analisa o Projeto de Lei 398/15, do deputado Samuel Moreira
(PSDB-SP), que estabelece eleições majoritárias para vereadores em municípios
com mais de 200 mil eleitores.
Moreira afirma que a
mudança de sistema vai impedir que o eleitor vote em um candidato e acabe
elegendo outro. “Hoje, você vota em um, mas há aqueles puxadores de voto. No
sistema proporcional, os partidos colocam [candidatos] para puxar votos e
eleger outros”, ressalta.
Distritos:
O
projeto prevê o sistema majoritário uninominal (voto distrital). Neste sistema,
o território é dividido em distritos, e os eleitores de cada um deles elegem um
representante. O número de distritos eleitorais será igual ao número de vagas
na Câmara Municipal, e o partido ou a coligação poderá registrar apenas um
candidato a vereador por distrito eleitoral.
O objetivo da medida
é simplificar o processo de escolha para o eleitor e reduzir os custos de
financiamento de campanha.
Horário
eleitoral: Segundo o projeto, as eleições
majoritárias de vereador não terão horário eleitoral gratuito. O deputado
argumenta que as emissoras de rádio e televisão teriam dificuldade de veicular
propagandas diferentes para cada um dos distritos.
“O custo de garantir
o horário para todos os candidatos distritais seria muito elevado, anulando os
efeitos de redução de gasto das campanhas e tornando o novo sistema ineficaz”,
diz a justificativa da proposta.
Projeto
no Senado: Samuel Moreira lembra que proposta
semelhante já foi apresentada pelo senador José Serra (PSDB-SP). Ele ressalta
que o tema pode ser tratado em projeto de lei, já que o sistema para eleição de
vereadores é definido apenas no Código Eleitoral, ou seja, não requer emenda à
Constituição.
O objetivo do
deputado é que o projeto seja aprovado o quanto antes, para que as novas regras
sejam válidas nas eleições municipais do próximo ano. Alterações no sistema
eleitoral também serão discutidas pela comissão especial instalada no início do
mês para analisar a reforma política.
Tramitação:
O
Projeto de Lei 398/15 será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e
de Cidadania (CCJ) e pelo Plenário.
Com
informações da Agência Brasil
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