Filho de brasileira acusado de terrorismo é condenado a prisão
A Justiça da Bélgica condenou à
revelia o jovem Brian de Mulder, belga de mãe brasileira, a cinco anos de
prisão por ligação com terrorismo.
De Mulder, de 21 anos, está na Síria
desde janeiro de 2013, onde acredita-se viver com a mulher e filho. Ele foi
acusado de integrar um grupo terrorista - o autodenominado 'Estado Islâmico' -
e de ameaça de ataques terroristas na Bélgica.
O jovem, filho da brasileira Rosana
Rodrigues, integrava a lista de 46 pessoas acusadas pela Justiça belga de
pertencer ao antigo grupo Sharia4Belgium que, segundo procuradores, enviou
combatentes à Síria.
O juiz do caso considerou o grupo
Sharia4Belgium uma "organização terrorista". O líder da organização,
Fouad Belkacem, negou a acusação de recrutar combatentes e foi condenado a 12
anos de prisão.
Procuradores disseram que Belkacem fez
uma "lavagem cerebral" em jovens europeus para convencê-los a lutar
no Oriente Médio. Cerca de 350 belgas teriam viajado à Síria e ao Iraque para
lutar, disseram autoridades. Segundo elas, 10% dos belgas teriam ligações com o
Sharia4Belgium, que pregava a instauração da lei islâmica no país europeu.
Agências de segurança europeias temem
que jihadistas que retornam destes países realizem ataques contra alvos
domésticos.
'Não
acredito', diz pai:
O pai do jovem, Stephen De Mulder,
disse que o filho saiu sem dizer adeus. "Para mim, ele continua no meu
coração. A mesma pessoa", disse o pai belga à BBC antes do anúncio da
sentença. "Eu não conseguia acreditar (que era ele)".
Pai de Brian de Mulder disse que não
havia provas para condenação do filho
Perguntado se acreditava que o filho
deveria ser condenado à prisão, ele disse: "Não. Você consegue provar que
ele fez alguma coisa errada? Tem fotos disso? Primeiro, você tem que provar
isso".
De Mulder foi descrito como um jovem
de educação católica, jogador de futebol, bom aluno e filho obediente, que
nunca teve problemas com drogas ou com a polícia.
Ele se converteu ao islamismo em 2010
após ter sido dispensado pelo time de futebol no qual jogava. Morava com a mãe,
o padrasto e a irmã mais nova numa ampla casa antes de ir à Síria.
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