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Azul corta voos e 700 funcionários podem ficar desempregados, diz jornal

De acordo com informações da coluna de Mônica Bergamo publicada nesta quarta-feira (1°) no jornal “Folha de S. Paulo”, e do jornalista Aluísio Alves, da REUTERS, a companhia aérea Azul cortou voos para 11 destinos brasileiros e deve demitir até 700 funcionários com o objetivo de reduzir custos operacionais.

Segundo a colunista, outras 12 cidades brasileiras serão tiradas da rota da empresa. Cada local emprega 30 pessoas.

A queda de passageiros e a alta do dólar são os principais motivos para a contenção, de acordo com as informações do jornal.

Enquanto o fluxo de passageiros que viaja a negócios caiu 30%, o combustível das aeronaves é negociado nos valores da moeda americana, que acumula valorização de cerca de 35% ante o real nos últimos seis meses.

Das 840 decolagens diárias inicialmente previstas para o mês que vem pela Azul, a companhia planeja operar com cerca de 760, afirmou a fonte, que falou sob condição de anonimato.

Apesar da forte queda recente do valor do petróleo no exterior, as empresas aéreas levam algum tempo para sentir os benefícios dessa variação no querosene de aviação, porque elas têm contratos de preços de combustível que são feitos para meses.

"O impacto do dólar mais alto é imediato, o efeito da queda do petróleo no combustível demora", disse a fonte.

Nos últimos seis meses, o preço do petróleo tipo Brent caiu mais de 40 por cento, sendo cotado atualmente na faixa dos 55 dólares por barril. Já a moeda norte-americana acumula valorização de cerca de 35 por cento ante o real nesse período.

O ajuste nas rotas da Azul envolverá também sua recente entrada no mercado de viagens internacionais. O plano de ter a partir de maio uma segunda frequência diária para Orlando, nos Estados Unidos, foi momentaneamente abortado, disse a fonte.

Procurada, a Azul não comentou de imediato o assunto.

A redução de voos pela Azul acontece na esteira do adiamento da oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da empresa. Protocolada em dezembro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a análise da operação teve o pedido postergado até 29 de maio, devido às condições adversas do mercado.

Internamente, o fundador e presidente do Conselho de Administração da Azul, David Neeleman, tem tentado tranquilizar os funcionários, dizendo que a empresa não depende dos recursos de um IPO para continuar crescendo.

Esta é a terceira tentativa da Azul de emplacar o IPO. Nas duas primeiras, uma em 2013 e outra no começo de 2014, os planos foram suspensos também devido ao cenário adverso do mercado.

Apesar do ajuste na malha a partir de abril, a Azul tem mantido o plano de crescimento. Neste mês, por exemplo, a empresa incorporou mais três aeronaves ATR, usadas para aviação regional, de acordo com a fonte. Segundo informações disponíveis no site da Azul, a companhia tem em sua frota mais de 130 aviões em operação.

Fundada em 2008, a Azul alcançou em menos de três anos a terceira colocação no ranking das maiores empresas aéreas do Brasil, atrás das líderes Gol e TAM. Em 2012, a Azul consolidou a posição ao se fundir com a Trip Linhas Aéreas.




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